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A Selva

Olho à minha volta, e vejo um jogo de xadrez viciado logo à partida. Obviamente os peões ocupam a linha da frente...vejo-me no meio de podridão e destroços humanos...vejo-me no meio de uma selva, onde o Darwinismo faz mais sentido do que nunca...e penso...será que a evolução humana foi assim tão grande? Será que mudámos tanto desde o paleolítico? Não será que os mecanismos continuam a ser os mesmos? A sobrevivência...a prevalência do mais bem adaptado...a competetividade pelo alimento...a selecção natural...
Será isto possivel de se ultrapassar? Será que as nossas mentes conseguem contornar os atributos herdados através dos nossos genes? Será que tem de continuar a ser assim? E bastante mais importante...até que ponto isso é ou não prejudicial?
Muitas pessoas, explícita ou implícitamente aceitam este facto. O facto de existirem sempre aqueles que ficarão para trás. Que ficarão aquém da velocidade supersónica a que mundo se move. Que ficarão aquém das constantes evoluções que delineam a realidade. Que ficarão aquém desse mundo "civilizado" e gradualmente mais homogéneo em que vivemos. E ao chegar a noite, ao deitarem-se nas suas camas para descansar, dormem profundamente sem o mínimo de perturbação ou exaltamento. "É a vida...!" - dizem... "É assim que as coisas funcionam...não és tu ou eu que vamos mudar o mundo!" - são essas as suas justificações.
Terá que ser mesmo assim?!
Acho sinceramente que não... E como? Onde está a solução?
A meu ver...temos pouco mais que duas soluções...a primeira delas, absolutamente drástica...e passo a citar: "...talvez ainda não sejamos seres humanos. Se não acreditarmos que isso pode vir a acontecer um dia, pois então que venha o holocausto nuclear ou bacteriológico e que se acabe com esta merda que se chama mundo." (José Saramago) . A segunda, bem mais utópica e agradável passa pela presitência e pelo sonho. Porque "...sempre que um homem / sonha / o mundo pula e avança / como bola colorida / nas mãos de uma criança." (António Gedeão) . Correndo o risco de parecer idealista, resta-nos então acreditar num sonho...e acreditar que talvez um dia, possamos vir a merecer sermos intitulados como verdadeiros seres humanos.
Apesar de olhar à volta para esta selva e sistematicamente não gostar daquilo que vejo, quero continuar a acreditar que mudar (nem que seja um pouquinho) o mundo, ainda possa ser possível.