terça-feira, maio 25, 2004

Primeiro que tudo, perdoem-nos os escassos leitores deste blog pelo facto de já a algum tempo não vos comtemplarmos com os nossos devaneios (talvez um tanto ou quanto esquizofrénicos para alguns). De qualquer das formas, desta vez sinto-me na obrigação de cometer "plágio" por assim dizer...e presentear-vos com um post de alguém cujo blog descobri ainda a alguns momentos...

Ora aqui vai...

Aconselhava até uma vista de olhos a todo o blog...vale a pena...

segunda-feira, maio 17, 2004

Miki e Bruno..




 Posted by Hello

...este dia foi por vós.

quinta-feira, maio 13, 2004

"O Amor conquista todas as coisas; rendamo-nos também nós ao Amor."

Virgílio

segunda-feira, maio 10, 2004

Pequena reflexão...

"Ask not what your country can do for you, but what you can do for your country"
John Kennedy


Portugal é o país da desgraça. Tudo corre mal, é tudo um horror. Este é o país do fado, e a panaceia nacional é o queixume, para o qual tudo serve de pretexto, desde a chuva até aos políticos; passando pela bola e pelos funcionários públicos.

De modo geral, nós portugueses aprendemos a lidar com as contrariedades através da cedência à depressão colectiva. Que, por sua vez, leva geralmente à inacção...é normal pensar-se que, «já que está tanta coisa mal, para quê sequer tentar mudar?, aliás, consegue-se mudar o que quer que seja?»
Também não é por acaso que Portugal é um país tremendamente saudosista, refugiando-se nos êxitos do passado para tornar mais tolerável o presente; e, na face inversa - muito mais perigosa que a anterior - utilizando os erros do passado para desculpabilizar as falhas do presente.

Estamos, no geral, a caminhar cada vez mais para a passividade e para o conformismo...e isso sim, é cada vez mais o verdadeiro problema do nosso país.

Não basta saber que as coisas estão mal. Se as coisas estão mal é preciso mudá-las. E para isso é necessária a força de vontade e o empenho de cada um. Não podemos continuar a queixar-nos constantemente dos problemas, e depois, a deixar-mo-nos ir abaixo pela primeira contrariedade que aparece.

É verdade que os problemas são muitos: há corrupção, incompetência, burocracia, salários insultuosos, decisões políticas catastróficas,... Mas é a nós, aqui e agora, que cabe resolver esses problemas. Temos esse poder, enquanto seres racionais e conscientes, e temos essa obrigação, enquanto cidadãos que reclamam por algo melhor. Podemos educar, intervir, trabalhar. Combater os problemas pela acção, pela dedicação; derrotar a ignorância por via do esclarecimento; rejeitar a corrupção pela honestidade. Acima de tudo, não ficar de braços cruzados à espera que os outros façam o nosso trabalho por nós.
Estou a lembrar-me de uma aula recente, em que uma colega minha dizia ao professor, e com toda a razão, que a maior parte dos países não se interessa pelos direitos humanos. A resposta desse professor foi espectacular: «se eles não se interessam, então interesse-se você. Se está à espera que o mundo mude sozinho, então pode esperar sentada!»

Porque não começarmos pela vida quotidiana? É possível intervir junto dos nossos conhecimentos, ajudar quem precisa, tentar corrigir as injustiças e as disfuncionalidades com as quais nos cruzamos no dia-a-dia. Não basta dizer que os sem-abrigo são uns pobrezinhos, pode-se fazer voluntariado.
E as leis, estão erradas? Porque não estudar hoje, para amanhã as podermos alterar?
E de que serve apenas dizer que as pessoas na rua são mal-criadas e apáticas? De certeza que a constatação do facto não fará com que elas deixem de o ser. Podemos, em vez disso, começar nós próprios por lhes mostrarmos um sorriso.
A junta de freguesia, a autarquia, o governo, funcionam mal? Porque não tentar, então, intervir junto destas instituições, para que possamos tentar fazer algo de construtivo? E, mesmo que nada disto funcione, não nos teremos melhorado a nós mesmos no processo, assim como àqueles à nossa volta?

Sejamos sinceros: o mundo nunca vai deixar de ser injusto. É inerente à condição humana. Mas é possível tentar torná-lo menos injusto, a cada dia que passa. Para isso é preciso sentido de responsabilidade, e muita perseverança. Roma e Pavia não se fizeram num dia...


domingo, maio 09, 2004

Filhos de um momento



Vida...morte...

Desde do início da sua existência que o Homem se questiona acerca destes conceitos. O que é a vida? O que é a morte? A legitimidade da vida? A legitimidade da morte?

O aborto consegue talvez reunir todas estas eternas questões da humanidade de uma só vez... Será importante referir, que quando falo aqui em aborto, falo mais precisamente da interrupção voluntária da gravidez (não vou incluir neste post outro tipo de fenómenos como o aborto espontâneo, completamente involuntário e causado a partir de causas orgânicas). Milhares de mulheres portuguesas, ou mais provavelmente milhões, já fizeram pelo menos um aborto na sua vida. Milhares destas mulheres já morreram nas marquesas (muitas delas possivelmente nem tiveram a sorte de morrer numa marquesa, tendo em conta as condições precárias em se fazem os abortos) sob o tecto da clandestinidade. Muitas delas sofreram grandes lesões, quer a nível físico (como por exemplo, a esterilidade), quer a nível psicológico (como por exemplo, depressões).

Tendo em conta o fio condutor do meu discurso, possivelmente muitas pessoas julgarão, que tenho uma pose de piedade e de misericórdia (do tipo, "coitadinhas" ) para com as mulheres que porventura em dada altura das suas vidas, fazem um aborto... Nada que se pareça...o que anteriormente tentei transmitir é que muito difícilmente se encontrará uma mulher que consiga fazer um aborto de ânimo leve. Nenhuma mulher se levanta de manhã e pensa para consigo própria: "Hmm...não tenho assim nada para fazer...ah...já sei...vou fazer um aborto!". O aborto é uma decisão difícil julgo que para qualquer mulher que seja, e é muitas vezes um acontecimento que deixa para trás grandes sequelas, a vários níveis.

Dito isto, acho importante que se tente perceber as razões pelas quais as mulheres portuguesas fazem abortos. Os cenários podem ser imensos...um descuido de uma noite; as condições precárias que dificilmente alimentam mais uma boca; a falta de informação (porque ao contrário do que muita gente pensa, a falta de informação em relação à sexualidade ainda é um problema em Portugal, sobretudo nos meios mais desfavorecidos); isto só para citar alguns.

Alguns poderão argumentar que não existe qualquer tipo de desculpa aceitável para se tirar um vida. Nesse caso, várias questões se impõe na minha opinião. Primeiro, à que fazer uma distinção entre vida e qualidade de vida...entre viver e sobreviver...e na minha opinião a vida é demasiado valiosa, para se condenarem seres humanos a simplesmente sobreviverem. Vida implica viver, em todo o sentido da sua palavra, implica dignidade. De qualquer das formas, torna-se um pouco difícil pensar na valiosidade de uma vida quando se têm 13 anos e ainda se brinca às barbies e se descobre que afinal se está grávida (situações que acontecem com uma frequência bastante maior do que aquilo que as pessoas imaginam); torna-se difícil aceitar trazer um novo ser a este mundo quando mal se consegue dinheiro para pagar a renda.

Como acho que já puderam reparar, tomo uma posição favorável à despenalização do aborto...mas com algumas implicações. Despenalizar simplesmente o aborto apenas iria resolver uma parte dos problemas que este fenómeno acarreta. Para uma eficaz tentativa de resolução deste problema, várias medidas teriam de ser tomadas e um plano sólido teria se ser construído. Acima de tudo, o problema do aborto não começa na "marquesa", começa muito antes disso, mais precisamente na prevenção. À que começar por fortalecer as campanhas de prevenção e informação a nível de sexualidade. À que começar por estender essas campanhas aos locais mais rurais e às periferias. À que começar a realizar acções nas escolas, o mais cedo possível, de preferência desde o 5.º / 6.º ano de escolaridade. À que começar pela informação aos jovens e também aos adultos. À que começar pela distribuição de contraceptivos de uma forma mais acessível (muitas pessoas não sabem que nos centros de saúde se podem ter consultas de planeamento familiar, onde inclusivé, se distribuem gratuitamente preservativos e onde é possível se receitar pílulas a custo zero), penso inclusivamente que as escolas poderiam ter um papel fundamental nesse aspecto, a nível da informação e até distribuição (por exemplo, de preservativos). À que começar pela responsabilização, de preferência o mais cedo possível.

À semelhança da prostituição ou da toxicodependêcia, penso que o aborto nunca terá um verdadeiro fim, o que não significa que este facto seja um impedimento para se tentar resolver da melhor forma este flagelo. Daí que apesar de tudo existirão sempre mulheres que farão abortos. Nesse caso, deveriam então, além de todas as medidas de prevenção que enunciei, serem também criadas, medidas de actuação. O que são então aquilo que designei como medidas de actuação? Bem, é o seguinte...primeiro seria importante criar gabinetes de orientação em que acima de tudo se faria uma espécie de levantamento da situação pessoal da pessoa em questão (a situação que a levou a querer realizar um aborto, as condições pessoais, etc...). Após essa análise, seria então dado um parecer, em que, ou se aconselhava realmente o aborto, ou em que se sugeriam outras opções (como por exemplo, adopção). O aborto neste caso, surgiria como uma medida extrema, digamos assim, na medida em que apenas seria aconselhada em último caso. Obviamente que o fornecimento de opções para além do aborto, implicava reformas e melhorias nas instituições sociais que possuímos, acordos e subsídios a nível da segurança social e também uma grande redução na enorme burocracia que existe, no que toca à adopção de crianças. De modo a que estas pudessem ter uma família, no menor tempo possível (já agora é de referir que muitas vezes a institucionalização causa efeitos bastante negativos nestas). Obviamente para que tudo isto funcionasse, seria necessário uma constante articulação entre estes gabinetes e os serviços de adopção, a segurança social, e as várias instituições sociais que posssuímos.

Caso a opção do aborto fosse em frente, então aí a pessoa teria direito a todas as condições materais, de higiene e de assistência, na realização do seu aborto (independentemente da classe social a que pertencesse). Após a realização do mesmo, seria feito um acompanhamento quer médico, quer psicológico, durante um determinado espaço de tempo. E além disso seriam aplicadas medidas para a informação e responsabilização, para que determinada pessoa tenha meios, por assim dizer, de não cair no mesmo erro de novo e desta forma de não repetir um novo aborto.

Só assim, se puderá resolver (na minha opinião) da melhor forma a questão do aborto. Só assim se valoriza em todo o seu sentido a palavra vida...


terça-feira, maio 04, 2004

Hoje há festa nos bordéis do Teles

Bem, há que encarar as coisas com sentido de humor: quem diria que um clube siciliano alguma vez chegaria tão longe na Champions?