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Algo, aqui, agora.

Tenho algo para escrever. Não sei o que é. Mas tenho algo para escrever. Porque quero. E porque não faço ideia de como escrevê-lo. Estou tão desinspirado que quase me sinto inspirado.

Tenho algo para dizer. É a coisa mais importante do mundo mas a minha língua já não se conhece. Por isso não faço ideia do que tenho para dizer. Ou de como dizê-lo. Mas é a coisa mais importante do mundo.

Tenho algo para fazer. Mas hoje não me apetece. Hoje não moveria um músculo por nada de útil. O inútil já é outra conversa. Mas isso é lana caprina. Porque tenho algo para fazer, e não me apetece fazê-lo.

Também tenho algo em que pensar. Que me emperra a caneta, o discurso e as acções. Mas quando tento pensar limito-me a fingir que fico aqui, sem escrever, falar ou agir. E, enquanto isso acontece, o tempo passa e eu continuo a ter algo em que pensar. E a ter algo por que esperar. Algo que não vem.

E é claro que também tenho algo para ser. Eu próprio. E é a coisa mais fácil do mundo. Pena que não seja tão fácil como fingir que sou eu próprio. No grande palco que se mobiliza continuamente à minha volta, sem esperar pela minha concordância. E no qual tenho sempre algo para ser, quer queira quer não queira.

"E é claro que também tenho algo para ser. Eu próprio. E é a coisa mais fácil do mundo. Pena que não seja tão fácil como fingir que sou eu próprio." - então, é fácil ou não? Fiquei baralhada. Deixo só uma questão: porque há tanta polémica eum se aceitarem, ou dificuldade??? Bem-hajas!

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