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Ao João (Metamorfopsia) #2

Fico grato por finalmente, e pelo menos parcialmente, teres colocado a discussão ao nível do qual não deveria sair: o da discussão - e não tentativa de subjugação - de ideias. Tens a tua visão em relação ao filme, eu tenho a minha, e sobre isso podemos de facto falar. É tudo.

Faço só uma ressalva: eu não gostaria de ver uma adaptação perfeita. Gostaria apenas de não ver uma caricatura. É possível fazer adaptações de romances alterando milhentos pormenores, e as adaptações serem excelentes (assim à primeira lembro-me do Lord of The Rings, Nome da Rosa, Trainspotting). Quando tal é bem feito, é muito saudável. Mostra que quem as faz tem criatividade e não se limita a copiar as histórias para o grande ecrã, mas antes lhes imprime uma alma própria, diferente da original, mas não de menor qualidade. Não é isso que se passa com o filme de Coppola, que considero realmente uma aberração. Como penso já ter dito anteriormente, em Arte aceito TUDO. Acho que a Arte deve estar desligada de qualquer tipo de preconceitos, constrangimentos, ou prisões ideológicas. A única forma de Arte que eu não tolero é a má arte que se alimenta à custa da boa arte. Isso é pura e simplesmente boçal. E é como eu considero o filme de Coppola.

Em relação a este ponto penso estarmos esclarecidos. Foi um ponto salutar na tua 'Nota'. Mas outros pontos há que são, no mínimo, problemáticos.

Chegados aqui, não há nada melhor que uma citação:

«Ao ver excessos, excedi-me eu também, em crítica ao post, e não ao senhor que o escrevia. Mas parece que isso não ficou claro (...) A forma como me dirigi ao post foi, sem dúvida, dotada de um estilo de escrita talvez muito próprio (...) Mas ainda tenho um certo ponto de equilíbrio entre diversas pulsões. Não sou mal-educado, e não faço juízos impróprios. Ao que parece, também isso não ficou claro.»

Penso que aqui haverá um grave problema de comunicação, ou, em última análise, de linguagem. A primeira frase é flagrante, e mereceria um nobel pela criatividade. Não João, tu não criticaste o post; criticaste o 'senhor' que o escrevia - guess who - de um modo que, sendo inequívoco, foi também prepotente, mal-educado, e pejado de juízos impróprios. Foi unicamente isso que ficou claro, nunca o contrário.
Penso que houve aqui um grave problema de linguagem.
Linguagem, é - como, suponho, saberás melhor que eu - um código de símbolos, através do qual se pode estabelecer uma comunicação entre interlocutores. Portanto, para que uma comunicação se estabeleça entre dois interlocutores, ambos têm que comunicar pela mesma linguagem. Não foi isso que aconteceu. Não podes dizer bogalhos, ou coisas piores acabadas em -alhos, e esperar que o outro entenda alhos, só porque tu achas que assim deveria ser. Do mesmo modo, não podes demonstrar arrogância e prepotência, e esperar que o outro se sinta lisonjeado pela tua atenção. Isso é um capricho teu, que no mínimo é perigosamente egocêntrico.

Tal princípio também se aplica ao 'diálogo ao estilo inglês', que foi algo ao qual pura e simplesmente não tentaste dar início. O 'diálogo ao estilo inglês' - se é que tal ainda existe - é caracterizado por fleuma, e não por prepotência auto-ostentatória.

Passando à frente:

«Parece-me que não era eu que esperava «um pretexto» para qualquer coisa, mas sim o senhor dos Devaneios.»

O ridículo presente nesta afirmação é tão pungente que é quase orgásmico.

Se eu fosse paranóico, diria que estás a tentar 'apagar' as pistas com poeira, passando o ónus da responsabilidade desta discussão para as minhas mãos. Assim, teria sido eu que, devaneante, escreveria posts aparentemente inocentes, com o intuito escondido de te provocar. Aliás, na verdade a própria criação deste blog teria provavelmente sido para te provocar. E eu, criatura maldosa e distorcida que sou, esperaria silenciosamente nas sombras à espera do melhor momento, do melhor pretexto, para escrever mais um post inocente para te fazer ir aos arames. As novelas da TVI não teriam melhor argumento.


....bem, mas o facto é que eu não sou paranóico. Assim, parto do pressuposto simples de que foste vítima de um poderoso ataque epiléptico, caíste para cima do teclado, e, mecânica e incontrolavelmente, os teus dedos digitaram tal atrocidade sem que pudesses fazer nada para o evitar. É a única hipótese plausível, penso eu.

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Para terminar, só um esclarecimento:

«O campo da psicologia não é o meu. Não faço retratos dos outros.»

Vamos a ver se nos entendemos. Não é a psicologia que faz o teu retrato. Sou eu. Disso não tenhas quaisquer dúvidas.