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Chego a casa...

...quase 5 e meia da manhã. Noite muito boa, retomar de velhas conversas com um velho amigo, e na verdade apercebo-me que nunca deixámos de ser aqueles putos que começavam as guerras de esguichos nas aulas de TLB, e que iam juntos comprar números antigos do spiderman ao alfarrabista trafulha que ficava no caminho para a escola. Putos que mais tarde leram "O Pequeno Selvagem" de Alexandre Jardin e "On the Road" de Jack Kerouac e descobriram que as estradas não-calcorreadas valem sempre a pena; e que continuam a acreditar em tal. Os anos trazem aprendizagens, experiência, até um certo cepticismo - mas a desilusão suprema, aquela que transforma os seres humanos em pessoas cinzentas, só entra se fôr convidada a tal.

Depois, no caminho para casa, caminhada pela penha de frança às 5 am - a melhor hora para andar nesta zona. Cada pequeno passo ressoa na rua completamente deserta, repleta de vazio fresco, inquietante, familiar, acolhedor, imprevisível. Ao pé do Chaimite, apanho um táxi com aquele cheiro típico a tabaco entranhado. Taxista palreador, a cidade adormecida no escuro, o pop eighties marado da rádio, and then home. Mudo para as sapatilhas todo-o-terreno que costumo usar por casa, e pergunto-me como é que coisas tão gastas e esburacadas podem continuar a ser tão confortáveis. Ignoro a montanha de cópias que tenho em cima da secretária, porque a cognição de estereótipos e a diferencialidade psicométrica vão ter de esperar mais um dia....exames e entregas de trabalhos à porta, be very scared.........
Semi-deito-me no sofá com o portátil em cima do joelho que está mais à mão e começo a teclar. A banda sonora é "I predict a riot" de Kaiser Chiefs. E a seguir Pearl Jam. E depois canso-me de Pearl Jam e regresso a Kaiser Chiefs. Os meus olhos pregam-me partidas mas sinto-me bem desperto. E é-me fácil chegar à conclusão de que a vida é uma coisa bastante interessante.

Viver!!! Ainda hoje, penso nesta palavra e o que ela pode abranger, como uma simples construção de letras.
Mas respirar o ar, inspirar o som da calçada, expirar a vontade de continuar... e a entrega, passa por permitir viver o que se acha que é necessário ter coragem!
Amar é "simples", no entanto o ser humano está a aprender! Bem-hajas!

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