Ela é uma feminista convicta, por vezes até fanática.
No entanto, não sai à noite porque o namorado não deixa.
Não reajo bem a tentativas de assalto. Nessas ocasiões tenho travadinhas mentais e recuso-me a dar um cêntimo que seja. Sei que não é a coisa mais sensata a fazer, mas poucas coisas me revoltam mais que o facto de existirem pessoas que pensam que têm o direito de roubar algo que veio do meu suor ou do suor dos meus pais. Até hoje tenho tido sorte (24 anos de experiência de vida na cidade têm ajudado), sei bem que a sorte pode não durar para sempre, mas não sou capaz de fazer de outra maneira.
Ontem à noite voltei a ser confrontado com uma situação do género, mas apesar de tudo consegui não ter motivos de queixa por aí além. A história é simples. De regresso do parque das nações, apanho o 50 da
Se o meu vizinho já está completamente no torno, percebo que a situação vai começar a apertar para o meu lado daí a nada. O mete nojo ao meu lado continua no seu jogo de insinuação e reparo que outros dois já estão a rodear-me, para tapar o corredor à minha frente. O mais próximo não está interessado em subtilezas, e dá um ligeiro pontapé à minha mochila, que eu trazia aos pés (para quem – felizmente – nunca teve que gramar este género de coisas, este tipo de provocações silenciosas têm o intuito único de provocar o contacto visual entre ‘predador’ e ‘vítima’; e este contacto é o estímulo desencadeador de tudo o resto. A conversa de merda quase nunca começa sem esse momento prévio, não me perguntem porquê. É uma regra de ouro no modus operandi da mitralhada, por isso suponho que lhes dê algum gozo próprio ao estado de acefalia crónica). Continuando: é evidente que não lhes dou a vantagem desse contacto visual (e custou). Reparo que a próxima paragem é já a seguir, e resolvo tentar sair dali antes que a coisa se complique. Levanto-me calmamente, pego nas coisas, …sempre a manter a actuação relax, páro para carregar no botão de stop… e passo calmamente pelo meio dos dois tipos no corredor, apesar de não me safar do encontrão violento da praxe. Mas até me deixam passar na boa e nem consigo acreditar na sorte que acabei de ter. Afinal de contas eu já estava qualquer coisa como encurralado. Atrás de mim a conversa com o meu vizinho está cada vez mais excruciante (já passou para o telemóvel…), dá-me a ideia que os mitras já estão também a avançar para outras pessoas, e é com um certo alívio paranóico que saio do autocarro.
Mas a narrativa muda. Acaba Irvine Welsh e começa Kafka. Já na rua, ligo para a polícia para avisar do que se está a passar, e depois das mais variadas trocas e baldrocas no atendimento, lá consigo falar com um dos agentes. Explico que há um rapaz a ser assaltado por um grupo no 50 para Algés, que eu próprio nem sei bem como escapei, e que o assalto pode arrastar-se a mais gente, …, as coisas básicas. O agente então pergunta-me se eu sei onde é que o autocarro está. Um pouco baralhado com a pergunta, respondo que devido à demora em ser atendido não posso ter a certeza, mas que já deve estar para os lados de Benfica. Ele pergunta-me onde em Benfica, e eu respondo que só posso supor que esteja a chegar à Estrada da Luz ou algo assim; mas também que de qualquer das maneiras deverá ser fácil de identificar, visto que é o último da noite, e o anterior já terá passado há pelo menos meia hora. Vai daí, ele pergunta se eu sei de ruas específicas nas quais o 50 pare, e eu aí digo que só conheço a rua da Venezuela. E então ele observa que a minha descrição do itinerário não é muito objectiva (ao que me apetece responder que não sou um mapa ilustrado da cidade de Lisboa). Acabo por dizer educadamente que, com toda a certeza a polícia deverá ter melhor conhecimento deste tipo de informação que o cidadão comum. Toquei num ponto sensível, suponho, porque ele larga este tema e começa a fazer perguntas sobre o grupo propriamente dito. Por fim, após mais uns minutos de conversa, ele diz que vai comunicar o sucedido às patrulhas, mas que elas provavelmente não vão poder fazer nada. Nada que eu nessa altura já não estivesse à espera de ouvir, mas é naquela…
Depois, quando segui a pé para casa, reparei – nesta altura estava particularmente sensível para isso – que, ao longo da cerca de meia hora que andei pelas ruas desertas, não vi um único polícia ou carro patrulha o caminho inteiro. E não estamos a falar de ruelas ou becos, mas sim de uma avenida e de várias ruas principais. Encorajador.
Continuo a gostar de viver nesta cidade. Mas há alturas em que me apetece tirar umas férias prolongadas dela.
Ou, ‘O Triunfo dos Porcos’. A história que George Orwell escreveu é bastante simples e, no entanto, das mais ricas que já encontrei.
Em pleno interior de Inglaterra, existe uma quinta como tantas outras, onde são criados os mais variados tipos de animais. Os animais não levam uma vida fácil. Seja a pôr ovos, a puxar carroças, ou a guardar a quinta – dependendo do tipo de animal que se trate –, o trabalho é árduo, e feito em troca de escassas quantidades de ração. A ameaça do abate – por velhice do animal ou pelo lucro do produtor – está sempre presente, e os animais vivem simultaneamente infelizes e anestesiados por essa infelicidade. Até que, um dia, o ancião da quinta – um porco chamado Old Major – decide expor aos outros animais as conclusões a que chegou durante a sua existência: os animais viverão sempre em escravidão perante os homens enquanto não se revoltarem contra os mesmos; e, num mundo pós-rebelião, os animais deverão viver em harmonia entre si, de modo igualitário e comunitário, e colhendo para si os frutos do seu próprio trabalho; e nunca adoptando os hábitos dos homens.
Um dia, já após a morte de Old Major, estala a Rebelião na quinta. Após uma série sucessiva de maus tratos, os animais lembram-se das palavras do ancião, e revoltam-se finalmente contra os seres humanos, conseguindo expulsá-los da quinta. Após os festejos iniciais, começam a estruturar a sua pequena sociedade, com base nos princípios de Old Major, agora transformados numa doutrina política – o Animalismo. Como símbolos da Rebelião, o hino ‘Animais de Inglaterra’, e a bandeira verde ostentando a ferradura e o corno.
Ao início, todas as decisões são tomadas democraticamente, em reuniões mantidas entre todos os animais. O trabalho, e os produtos do mesmo, são repartidos igualitariamente entre todos os animais, e a divisão de tarefas é feita de acordo com as capacidades de cada espécie. Se os cavalos, por exemplo, fazem mais trabalho braçal, os porcos – sendo os animais mais inteligentes da quinta – são responsáveis pela maior parte do planeamento e da gestão. Dois dos porcos ganham proeminência neste pós-Rebelião: Snowball e Napoleon. O primeiro é idealista e enérgico, bom animal, solidário com os demais, e também um planificador voluntarioso e criativo, mesmo que nem sempre bem sucedido. Napoleon é sisudo, pouco dado a emoções, e de palavras curtas e imperativas; é um bom burocrata e é eficaz naquilo a que se propõe. Uma guerra silenciosa começa a travar-se entre os dois porcos, que discordam em quase tudo, no que diz respeito à gestão da vida da quinta. Até que, um dia, Napoleon revela a sua verdadeira e tenebrosa face, forçando Snowball à fuga desesperada da quinta e consequente exílio... e rapidamente a construção da pequena sociedade animal começa a mudar de rumo. Napoleon, apoiado por um conjunto de porcos, e secundado por ferozes cães de guarda e por solícitos – mas pouco inteligentes – carneiros, começa a centralizar cada vez mais poder nas suas próprias mãos.
Dentro em breve, as decisões passarão de ser tomadas apenas no seio de um comité de porcos, liderado por Napoleon. Simultaneamente, a propaganda passará a ser uma mera questão de rotina diária, as purgas ideológicas aterrorizarão a quinta, o dia-a-dia dos animais ‘braçais’ tornar-se-á continuamente mais árduo, e os princípios do Animalismo – bem como a história da Rebelião e do pós-Rebelião – começarão a ser subtil e lentamente reescritos. De fraca inteligência e ainda mais fraca capacidade de memória, a maior parte dos outros animais aceitarão essas mudanças com ingenuidade e confiança em Napoleon – então já proclamado como Pai de Todos os Animais, Terror da Humanidade, e Protector das Ovelhas. Não tardará até que os porcos assumam vários dos anteriormente detestados hábitos humanos, e as relações, até aí hostis, com as quintas circundantes se ‘normalizem’. Até que um dia, um porco, devidamente mandatado para isso, escreverá numa parede da quinta o novo princípio do Animalismo:
‘ALL ANIMALS ARE EQUAL
BUT SOME ANIMALS ARE MORE EQUAL
THAN OTHERS’
‘Animal Farm’ é evidentemente uma sátira crítica à génese e às práticas do Estalinismo. Mas, mais que isso, é um esforço de explicação da génese do totalitarismo a partir da revolução "proletária". O seu modelo é tão aplicável à Revolução Russa como à Francesa ou até mesmo à Chinesa, só para citar os casos mais evidentes. No fundo, reflecte uma questão ao qual a esquerda revolucionária naive – i.e., anti-totalitária… – nunca conseguiu responder (e, diga-se em abono da verdade, quase sempre evitou): como evitar que, a seguir a uma revolução de esquerda, o estado de anarquia subsequente não redunde na tomada do poder por uma elite forte, populista, e de tendências totalitárias?
‘Animal Farm’ é um clássico e merece sê-lo porque é de facto um grande livro, quer literariamente, quer na análise sociológica que faz. Mas merece ainda mais esse estatuto por ser uma obra intelectualmente honesta, escrita por um simpatizante trotskista que nunca enterrou a cabeça na areia relativamente às problemáticas do comunismo, tendo pelo contrário tentado compreendê-las de um modo articulado e responsável.
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O central capta a bola. Passa ao lateral. O lateral despacha-a para o guarda-redes. Que após dois ou três segundos com ela nos pés, passa ao central. Central para central. E de volta... Médio… Lateral… Central. Outro lateral… Trinco... Guarda-redes... Central... O estádio está a adormecer, os adeptos adversários impacientam-se, assobiam, porque aqueles gajos nem sabem jogar à bola nem deixam jogar e vá-se lá saber que mais. No campo, entretanto, um avançado adversário captou finalmente a bola e tenta enquadrar-se com a baliza. Frustrado – foi de imediato rodeado por três adversários e perde a bola. Recomeça o bailado. Lateral. Central… para central. Trinco… Lateral. Nº 10. Central... Lateral… Guarda-redes… Central. A equipa forma uma teia quase intransponível no seu meio-campo e calmamente circula a bola pela teia. Os adversários entram numa nova fase de frustração. Nas bancadas há já quem ressone. O mesmo acontece aos repórteres que fazem o relato pela televisão (porque vamos supor que a transmissão é da RTP). Lateral... Central. Trinco... Outra vez o central... Outra vez o trinco... E, de repente, quando já há jogadores adversários a estenderem uma toalha no relvado para aproveitarem o sol – o inesperado passe longo do trinco para o avançado… GOLO!
Quiz question: qual é a única selecção do mundo que é o arquétipo acabado da nacionalidade que representa ?
Extravagante, e fria, como o carnaval de Veneza. Táctica, mecânica e eficaz, como uma legião romana. Polémica e escandalosa como uma Cicciolina ou como um Bórgia. Com o sentido de drama de uma opereta semi-improvisada numa qualquer noite estranha de Nápoles. Dotada do cinismo e da imprevisibilidade de uma Cosa Nostra de fato e gravata made in Sicily. E, no final de tudo, com o sorriso aberto e charmoso de um Giacomo Casanova.
Como acontece com qualquer coisa deliciosamente agridoce, só é possível amá-la ou detestá-la. Tudo somado, a Squadra Azurra tem muita pinta. E creio que hoje sai de Berlim com a taça na mão. Vou estar a torcer por isso.
À medida que as sombras se separam da tua pele, e são deixadas para trás sob o sol ardente, reparo que já não brilhas. És diferente e a tua canção mudou. Para sempre, dizes, e para o sempre corres.
Sombras morrem
Sombras procriam-----
Algo fica para trás e não ouso olhar – transformar-te-ias em sal.
A noite aproxima-se, pacífica, ao fim de muitas noites abafadas. Deixo-me ficar, baralhado. Confuso. E ouço o som do vento. Tocaste-o, ao passar por ele, e ele agora fala-me de ti.
Num reality show.
Uma miúda americana passa por aquele cliché de não ser aceite pelos colegas da secundária. É boa aluna, é gozada pelas pessoas populares, e não tem amigos nem pretendentes. No entanto, a MTV vai resolver o problema dela. A chave para se ser respeitado naquela escola é, aparentemente, fazer aquilo que todos os miúdos populares fazem: praticar wakeboard no rio da vila. Portanto a MTV vai ensinar a miúda a ser wakeboarder. Há o instrutor jovem e dinâmico, o ambiente animado, e a banda sonora sentimentalona. A miúda vai alimentando expectativas, no meio de quedas e falsos ensaios nos treinos. Finalmente, o ambiente geral vai mudando. A miúda começa a ser abordada pelas colegas que antes a ostracizavam, e até é convidada para um encontro pelo rapaz mais popular da escola. Nenhuma destas pessoas parece particularmente entusiasmada por se aproximar da rapariga. Dir-se-ia até que foram pagas pela MTV para o fazer. Ou que são pobres alminhas à procura de dez segundos de primetime. Mas isso até se torna pouco relevante no meio de tanto artificialismo.
Finalmente, a miúda começa a dominar o novo desporto e, logo, a tornar-se conhecida. Simultaneamente, altera o look, e chega a uma importante conclusão existencial: ela era mal-tratada pelos colegas porque não era sociável o suficiente, e porque se fechava nela própria. A culpa estava dentro dela, e a reacção do mundo era apenas natural e justificada. Que tal isto como demonstração do síndroma de Estocolmo?
De qualquer das maneiras, as últimas imagens mostram-nos a felicidade estampada na cara da cachopa enquanto festeja com as novas amigas e amigos. É uma rapariga mudada e a caminho da popularidade – pelo menos enquanto as câmaras da MTV lá estiverem.
Sim, eu vi uns vinte minutos disto sem mudar de canal. É uma proeza que não me lembro de alguma vez ter conseguido com mais nenhum reality show. Dito isto, é-me difícil encontrar coisa mais redutora do potencial humano. O que a MTV faz neste programa é dizer a milhões de jovens pelo mundo inteiro que, se são tratados abaixo de cão pelos outros, então devem procurar agradar-lhes o máximo possível, pela adopção do artificialismo estiloso que estiver mais à mão. A individualidade dá trabalho; junta-te à massa acéfala e serás feliz. É neurótico e neuroticizante. Numa palavra: irresponsável.
Não alinho no discurso oficial. Não considero que Portugal tenha sido prejudicado no jogo, nem que o árbitro tenha sido a mãe de todos os males. Isso são as desculpas de mau pagador tão típicas cá no burgo. O que vi acontecer em campo foi uma selecção holandesa com laivos calculados de violência gratuita, e uma selecção portuguesa estupidamente disposta a responder a essa violência gratuita com ainda mais violência gratuita. Logo ao início do jogo pareceu-me que a estratégia holandesa passava por estimular aquela latino thing do ‘eu não me fico, eu vou-me a ele’, através de uma ou duas entradas mais ríspidas a meio campo e uma ou outra provocação suplementar. E com isso provocar nervosismo, desconcentração e indisciplina entre os portugueses. É um dos mais velhos e vulgares truques da cartilha do futebol. E, estando as minhas impressões certas ou não, o facto é que os portugueses reagiram precisamente com essa postura. Não fosse até uma certa bonomia do senhor Ivanov, Costinha teria sido expulso uns 10 minutos antes do que realmente foi, Nuno Valente teria sido recambiado com um vermelho directo ainda antes do final da primeira parte, e o mesmo teria acontecido a Figo pela ‘agressão’ a Van Bommel, com o jogo parado (porque mesmo as agressões ‘simbólicas’ são punidas com vermelho directo). Não pretendo dizer que os portugueses foram os únicos a serem poupados pelo árbitro; a Holanda também lhe pode agradecer ter deixado Boulahrouz em campo até à segunda parte e nunca ter mostrado o segundo amarelo a Cocu.
O jogo acabaria por redundar numa batalha campal que nenhum dos lados viria a controlar. Terá sido por culpa do árbitro? Que por várias vezes procurou meter água na fervura e que, quando puniu, fê-lo sempre de acordo com as regras? Se o árbitro pecou aqui, foi por defeito; com um árbitro duro este jogo poderia bem ter acabado com 7 ou 8 jogadores de cada lado. Não. A culpa foi exclusivamente de quem, de modo objectivo, provocou e manteve as situações: jogadores e equipas técnicas. Os holandeses foram maus profissionais porque foram para campo a tentar acirrar ânimos para usarem isso em proveito próprio; e porque foram tremendamente violentos nisso. E os portugueses ainda não se mentalizaram que um profissional de futebol está ali para jogar futebol, e não para responder irresponsavelmente a provocações; que, se o fizer, arrisca-se a prejudicar a equipa, como de facto veio a acontecer. Ficámos sem dois titulares para um jogo tão difícil como vai ser o jogo contra a Inglaterra; e ganhámos uma série de amarelos a mais, o que complica as contas para evitar suspensões de jogadores numa fase tão sensível do campeonato como esta.
Violência à parte, algumas notas. Grandes exibições de Carvalho, Maniche, Petit e Ricardo. E realço também a maturidade táctica da equipa (maior na minha opinião, que no Euro’04), com boa ocupação de espaços, atenção férrea a meio campo, que é onde se ganham e perdem os jogos, e um estilo de jogo fluido e calculista. Portugal já não tem vergonha de defender e jogar de modo matreiro e está a aprender a fazê-lo bem. Não acredito que ganhemos este Mundial (suspeito que a taça fica mesmo com Brasil ou Itália, se bem que a Alemanha também é uma séria concorrente), mas com este tipo de evolução, mantendo-se o seleccionador e a estrutura-base da equipa, podemos bem almejar uma vitória sem surpresas no próximo Europeu.
Acreditar. Ou não.
Já tinha construído várias asas para alcançar o sol, e todas quebravam, derretiam, eclipsavam-se, a meio da viagem. De todas as vezes, caíra de volta no solo estéril. E agora questionava-se. Para quê tentar ser como os anjos, quando se é apenas terreno? Que atenção lhe dedicariam eles? Nenhum viria ter com ele. Porque haveria ele de sequer conceber ir ter com eles, então? De magoar-se repetidamente com isso? Teria de deixar de acreditar. Carregou o cepticismo aos ombros e começou a andar, sempre preso ao solo seco e árido. Isolado na sua insolação, na sua íntima dose de loucura. Ninguém o chamaria de volta. Teria de resignar-se a continuar aquele caminho solitário, a cada passo tentando forçar-se a não olhar para trás.
Laughter.